Entrevistas

Correa entrevista Lula da Silva

Correa entrevista Dilma Rousseff

Este encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Rafael Correa é também um encontro entre dois ex-presidentes progressistas da América Latina, o que certamente promove uma leitura partilhada do presente político, baseada na experiência directa dos problemas políticos da região. Correa acolhe Lula com uma questão introdutória tão ampla quanto indispensável. Após o deslumbrante progresso do Brasil durante os governos progressistas do Partido dos Trabalhadores (PT), o seu indiscutível sucesso na redução dos níveis de fome e pobreza, e a considerável estabilidade democrática alcançada nesse período, veio a injusta "defenestração" sofrida pelos líderes do PT: a perseguição política de Lula e o "impeachment" de Dilma Rousseff "baseado em calúnia", como o próprio Correa assinala. Além disso, os actuais líderes parecem ter sido implicados em casos de corrupção ao mais alto nível. "O que está a acontecer ao nosso amado Brasil", pergunta Correa.
No Brasil, o inimigo tem sido sempre os pobres e os negros". Como contraponto, salientou que durante a última década na América Latina, "ocorreu um processo do sinal contrário", marcado por "políticas de inclusão social, aumento de oportunidades, garantia de acesso à educação, cuidados de saúde e rendimentos". Neste contexto, salientou o que considerou "uma grande conquista" dos governos do PT. Juntamente com Lula "tirámos o Brasil do mapa da fome mundial da ONU em 2014", recordou ele. Golpe e crise Para Rousseff, isto provocou a reacção dos sectores conservadores que a derrubaram e que "ainda não conseguiram implementar toda a agenda neoliberal". Na sua opinião, é por esta razão que estão a criminalizar Lula e a tentar condená-lo à prisão. "Há uma crise sistemática de todas as instituições no Brasil", disse, acrescentando: "Nós somos os verdadeiros democratas, não eles".